Vingadores – A Queda

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Finalmente uma das mais alardeadas sagas da Marvel chega ao fim. E como toda série extremamente alardeada na qual conseguimos botar as mãos, está na hora de uma análise delfiana.

A Marvel é craque em matar personagens. E tirando o Tio Ben e a Gwen Stacy, acredito que ninguém mais ficou morto para sempre. Na verdade, acho que ninguém ficou morto por mais de um ano. Justamente por causa disso, qualquer colecionador que se preze já não levou muito a sério a história de que um dos principais vingadores morreria nesta série. Também não foi levado a sério o papo de que seria o fim dos Vingadores. Mas será que acertamos nessa atitude?

Bom, obviamente não será o fim dos Vingadores. Na próxima edição, aparentemente estreará uma nova formação. Pelas sombras que vemos na propaganda, essa formação contará com os óbvios Capitão América e Homem de Ferro, com os reforços do tremendão Homem-Aranha e do queridinho da galera Wolverine. Além desses, tem mais três sombras que não consegui identificar e provavelmente são personagens do segundo escalão. Se eu vou comprar as histórias dessa nova formação? Admito que não quero, mas a presença do Homem-Aranha está me tentando.

E quanto aos mortos? Bão, logo nas primeiras páginas da primeira edição já morre um carinha do qual nunca tinha ouvido falar (não acompanhava Vingadores há algum tempo, admito). Ou seja, a primeira impressão foi péssima, já que aquele cara não era um dos principais Vingadores nem mesmo na Mongólia. Pouco depois, contudo, morre outro, bem mais importante. Mais para a frente morre mais um. E depois mais um fica semi-morto (provavelmente será o primeiro a ressucitar). Ou seja, pelo menos nas pretensas mortes, A Queda está bem servida, pois pelo menos três dos quatro “mortos” são bem importantes.

Mas e a história? Pois é, a história é uma das criações mais fracas do tremendão Brian Michael Bendis. Na verdade parece que deram uma missão para o cara de reformular os Vingadores e ele simplesmente a cumpriu da forma mais óbvia possível. É bem capaz que as histórias melhorem bastante com a nova formação, mas isso ainda não podíamos afirmar até o momento em que fechamos este texto. Devo destacar uma ótima idéia que fecha a história principal: três páginas mostrando a entrada na equipe de alguns dos membros que morreram, ilustrada com aquele desenho maravilho e simples que povoava os gibis de heróis nos anos 60 e 70, quando as histórias ainda tinham como alvo o público infantil. Esse finalzinho me emocionou bastante quando li, mas depois constatei que não se tratava de um “flashback inédito”, apenas de uma reimpressão de um gibi antigo. Isso tira boa parte do seu charme.

Outro grande problema é que as cinco partes de A Queda propriamente dita poderiam ter sido publicadas em apenas uma edição especial ou em, no máximo duas. Ao invés disso, a Panini se esqueceu de que, ao contrário dos estadunidenses, brasileiro odeia ficar esperando as continuações e manteve o mix tradicional da revista Os Poderosos Vingadores, o que inclui historinhas bem mequetrefes do Capitão América, Thor, Falcão e Homem de Ferro. Com exceção da do Homem de Ferro, todas elas são completamente independentes de A Queda, o que obriga o leitor que só queria saber da série a pagar por histórias que não tinha a menor vontade de ler. É uma pena.

De qualquer forma, A Queda merece ser lido por marvelmaníacos em geral ou por fãs dos Vingadores ou dos heróis que compõem a equipe. Vai que o seu preferido é um dos mortos, né? De qualquer forma, a história está muito longe de ser tão impactante como prometida. Principalmente porque em menos de dois anos, esses quatro mortos já devem estar de volta à equipe. Aqui no DELFOS a gente já fez um bolão para ver quem acerta qual vai ser o primeiro a ressuscitar e quanto tempo isso vai demorar. Qual é o seu palpite?

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Nota
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Carlos Eduardo Corrales
Editor-chefe. Fundou o DELFOS em 2004 e habita mais frequentemente as seções de cinema, games e música. Trabalha com a palavra escrita e com fotografia. É o autor dos livros infantis "Pimpa e o Homem do Sono" e "O Shorts Que Queria Ser Chapéu", ambos disponíveis nas livrarias. Já teve seus artigos publicados em veículos como o Kotaku Brasil e a Mundo Estranho Games. Formado em jornalismo (PUC-SP) e publicidade (ESPM).
vingadores-a-quedaPaís: EUA<br> Ano: Setembro de 2005 a Janeiro de 2006 (no Brasil)<br> Editora: Panini (Brasil)<br>